Três brasileiros morrem a cada cinco minutos em hospitais por falhas evitáveis

Três brasileiros morrem a cada cinco minutos devido a falhas nos hospitais que podem ser evitadas, o que transforma os chamados "eventos adversos" do hospital para a segunda causa da morte no Brasil, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Instituto de Estudos Complementares de Saúde (IESS).

Rio de Janeiro, 22 de novembro (EFE) .- Três brasileiros morrem a cada cinco minutos devido a falhas nos hospitais que podem ser evitadas, o que transforma os chamados "eventos adversos" Hospitais na segunda causa de mortes no Brasil, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Instituto de Estudos Complementares de Saúde (IESS).

De acordo com o estudo, falhas venialas Como erros na dose de um medicamento, o uso incorreto de equipamentos ou infecções hospitalares causou 302,610 mortes em hospitais públicos e privados no Brasil em 2016.

Em média, os "eventos adversos" causaram 829 óbitos por dia no Brasil no ano passado, três a cada cinco minutos ou a cada minuto e meio, de acordo com o primeiro Anuário de Segurança Assistência Hospitalar, que o IESS confiou a pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais.

Falhas nos hospitais, portanto, causam mais mortes diárias no Brasil que os acidentes de trânsito (129 por dia), a violência (164) e o câncer (500), e estão apenas por trás das doenças cardiovasculares (950) como a principal causa de morte em Brasil.

De acordo com o estudo, as principais vítimas dessas falhas são pacientes com menos de 28 dias de vida ou com mais de 50 anos, enquanto os eventos adversos mais comuns são infecções hospitalares (9,7% do total).

O estudo esclarece que os eventos adversos nem sempre podem ser atribuídos a "erros, negligência ou baixa qualidade", mas a deficiências que em A maioria dos casos pode ser evitada.

Além das mortes, as falhas hospitalares afetam cerca de 1,4 milhão de pacientes no Brasil a cada ano, que sofrem de seqüelas que podem comprometer suas atividades diárias e até mesmo causar problemas psicológicos.

O problema também aumenta os custos da atividade de saúde no Brasil, pois geram custos adicionais que o estudo calcula em 10,9 milhões de reais (cerca de 3,406 milhões de dólares) por ano.

Isso ocorre porque pacientes que sofrem algumas seqüelas devido a eventos adversos permanecem hospitalizado cerca de três vezes mais do que o tempo inicialmente planejado quando admitido no hospital.

A gravidade da situação não é exclusiva do Brasil, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 42,7 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo devido a eventos adversos.

Os Estados Unidos, por exemplo, registram cerca de 400.000 casos por ano ou 1.096 diariamente, acima da média brasileira, de acordo com os números citados pelos pesquisadores.

"Não existe um sistema de saúde infalível, mesmo os mais avançados sofrem com os eventos adverso. professor da Universidade Federal de Minas Gerais e um dos responsáveis �??�??pelo estudo.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, admite que a falta de informação evita que um paciente saiba quantas infecções hospitalares ou erros diagnósticos são registrados no hospital que escolhe para alguma intervenção.

"Precisamos promover um debate sobre a qualidade dos serviços prestados na saúde com base no desempenho dos provedores e, desta forma, oferecer aos pacientes a maior quantidade possível de informações para que possam escolha a quem eles confiarão sua vida ", disse ele.