Um em cada três dólares de telecomunicações em A.Latina é para impostos

O valor agregado do setor de Telecomunicações na América Latina supera os 68 mil milhões de dólares e é o mais tributado do continente, o que o faz alocar quase um em cada três dólares para os cofres públicos, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cet.la).

Montevidéu, 9 de novembro (EFE) .- O valor agregado do setor de telecomunicações na América Latina supera os 68 mil milhões de dólares e é o mais tributado do continente, o que faz com que alocar quase um em cada três dólares aos cofres públicos, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cet.la).

O estudo, publicado junto com a CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina, revelou que o setor de telecomunicações gera cerca de 600 mil empregos diretos no continente e que o valor agregado excede o produto interno PIB bruto anual do Uruguai.

No entanto, o relatório indica que o setor é o mais tributado da América Latina, ou seja, tem 51% mais impostos do que a média do resto da indústrias e, portanto, quase um em cada três dólares dos gerados são alocados ao Estado.

Por outro lado, dos 68 mil milhões de valor adicionado, 43% são investidos em infra-estrutura e na implantação de novas redes.

O objetivo do estudo Cet.la, baseado em Montevidéu, foi analisar a contribuição do setor de telecomunicações para as economias Países latino-americanos e para isso foram baseados em 12 países que representam mais de 93% do PIB e 88% da população do continente. Além disso, o relatório revela que o ecossistema digital (que inclui radiodifusão, televisão, serviços informáticos, fabricação de equipamentos e dispositivos terminais) representa 5,13% do PIB da Argentina, Brasil, Colômbia e México combinado, isto é, o dobro do setor de extração de petróleo e gás.

Algumas recomendações de políticas públicas também são indicadas para que o setor tenha maior impactos na região que, basicamente, apontam para uma redução de impostos.

Entre outras coisas, eles propõem reduzir os impostos sobre o consumo no setor para poder se traduzir em efeitos econômicos indiretos que geram maior atividade econômica e que a cobrança de impostos gerada por esse aumento da atividade econômica é ainda maior.